Foto de Rui Lebreiro
Silêncio por favor deixem-no ler, enquanto ele lê, desafogue na minha companhia!
l desabafo
*Quando as palavras se esquecem de rir, choram os silêncios que na intenção perdida submergem o entusiasmo, desfalecem as pernas e recolhem os braços.
ll desafogo
*Nesse retiro negro – fosco, cada pensamento eleva a mensagem dramática, abre os poros ao medo e abafa o nevoeiro dos olhos em drama.
lll confissão
*O espaço é pequeno e fundo, não há corda que nos ice, apenas levantamos os véus que ocultam o olhar dirigindo as “lanternas” meias apagadas até ao topo. E o que vemos? São só morcegos vampíricos à espera de sugar o que resta. E o que resta são sombras, que não parecem gente!
lV exteriorização
*Com piedade de nós próprios mastigamos claustrofobia, transformamos o ar em veneno e o veneno em dor.
V manifestação
*Dói as costas, dói as penas, dói o sabugo no ranger dos dentes quando devoram as unhas.
Vl descrença
*Entre o sono e o defeito, sustentamos as “bestas” do alimento que lhes atiramos, engordando os milhafres do mal, que rapinam em debicadas a nossa carne e aceleram o apodrecer do nosso ser.
Vll culpados
*Todos têm culpa do que nos está a acontecer!?
Vlll interrogação
*Será????????????????????????????????????
lX incerteza
*Ou será que não é bem assim!?
X certeza
*Tudo isto porque, as nossas palavras deixaram de rir!
1-2-3-4-5-6-7-8-9 - De um a nove elevo a fasquia até aos vossos dez sorrisos...
Acerca de mim
25/03/2008
Dez lenitivos
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Jorge Vieira Cardoso
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carimbos
21/03/2008
Lobo
Em cada sol que os olhos da noite vêem, aponta uma volúpia inata de aninhar a lua, extravasada na rua numa claridade pura.
Calo o chio… no canto que a cigarra teima, tiro-lhe o momento que me sucede ao libertar a boca colada na tua pele, deixo-te o meu meloso ao contacto do teu odor gostoso.
Separo de ti as gavinhas e!
Dorme minha pétala, loba perfumada, enrosca-te no teu sorriso, só eu, de guarda escudado, dispo a alma que te aquece e assim cubro a sombra como sentinela ao teu sono.
Nestas muralhas edificadas de eterno, espreito pelas guaritas, de onde aponto as minhas garras como canos cerrados de amor e zelo.
No meu uivo, afio as unhas, lobo as presas, que de alimento espiritual e calórico, alimentam a tua pureza, enquanto fortificam o meu peito de seiva doce.
E porquê?
Porque só tu sabes onde se encontra o ponto X da minha cruzada!
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Jorge Vieira Cardoso
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6
carimbos
08/03/2008
Palato
Atira-me com esses lábios, desfaz em mim o sal do teu beijo.
Já não sou!
Já não és!
Apenas somos, recados de charme, envolvidos em compressas de queima.
Desejado é o amasso que no enlaço desfaz a palavra louca.
Da bandeja dos teus olhos cai o copo, que derrama o tempero em meu corpo.
Do refúgio da minha alma espreita a calma, que no aconchego dos lençóis, somos um em dois.
O teu calor e o teu sal secaram-me de sede!
Atira-me de novo com esses lábios, faz-me daltónico dessa sede.
Troca a cinza das minhas nuvens, pela almejada timidez do teu verde!
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Jorge Vieira Cardoso
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9
carimbos