27/02/2010

EFEITO BORBOLETA

Vento tão calado, intolero-te dentro de mim. Águas férreas corroem as minhas paredes internas, calo-me porque as palavras são de quem as conhece, obedeço-me porque não me sei contrariar.
Todo eu sou trauma…incendeio a minha pele a cada toque teu, salivo suor, a cada sono que não me adormece, estremeço na órbita, ou na falta de oxigénio, penduro a minha vontade, porque o arrasto fica próximo.
Todo eu sou trauma…mesmo quando fui criança um dia… já lá vai o tempo fundido no hoje, como passado que nunca passa, esmago os dias na crispação das minhas mãos gastas, nado no meu perfume desvirtuado e alimento-me de febre.
Todo eu sou trauma…parte carrossel, que não me apanhas, no trato mel, que não me encontras. Canta na tua senda por onde nunca me vi, e pernoita no lado dentro, onde eu não entro…
Todo eu sou trauma…foge do meu toque, ignora a minha sombra, muda de lado na rua, o vento que me sai, é desalento e actua, é intento nauseante, tão constante…
Morre-me nas minhas cábulas, antes que eu nos morra sem alma, já que todo eu sou trauma…

Texto baseado no filme com o mesmo título.

2 comentários:

EDUARDO POISL disse...

Estou feliz por ter completando as MIL postagem no blogger UMA PAGINA PARA DOIS.
Vim agradecer por você fazer parte dele com o seu carinho.

Abraços, te desejo uma linda semana

Poemas e Cotidiano disse...

Que bonito esse texto. Bonito, inteiro, sofrido, verdadeiro.
Assisti o filme. Realmente eh lindo.
Beijos
Mary

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